segunda-feira

Celebrar a amizade

Quando se nasce e cresce num bairro como o meu é como vivermos numa aldeia. Bandos de irmãos e primos, travam amizades nos bancos da escola, nas ruas e jardins da "aldeia". Estas são as verdadeiras amizades e que duram uma vida. Dois dos nossos (meus e dos meus irmãos) amigos da "aldeia", há 4 anos, trocaram a vida na cidade pela vida no campo e todos os Verões reúnem os amigos citadinos e, brincando com os festivais que proliferam no verão,  convidam-nos para o "Varelinha Summer Fest". 
Vestidos a rigor, fizemos o nosso passeio "cultural" e bastante informativo em termos agrícolas,  com paragens para momentos de degustação.
Explicando os km de rega que foram distribuidos e saõ mantidos por todo o terreno,apenas pelo nosso amigo, que nos descreveu a "guerra" injusta que trava com ervas daninhas e todo o tipo de bicharada, pássaros, raposas, sacarrabos...!
Na hora da sangria as arquitectas apanharam os frutos vermelhos
Nunca tinha comido morangos amarelos, uma verdadeira delícia, com intenso sabor floral!
  "Abusámos" todo o dia dos produtos biológicos divinamente preparados,
enquanto as crianças exploraram o campo, nos intervalos dos mergulhos, um pretexto para se refrescarem!
Ao cair da tarde, "eles" voltaram a ser crianças, criaram uma corrente na piscina e, com as crianças, ao som das "nossas músicas", desafiaram-nas a vencer a corrente.
 Ainda nos rimos com a expressão da pequenita que, tendo nascido em Lisboa,  não tem memória de um dia ter vivido na capital, chamando a uma de nós "miúda da cidade" e não sabendo o que é um táxi!
O Summer Fest foi um bom começo para as férias que se avizinham. Este ano não tenho nada programado, apenas promessas feitas à família e amigos. Promessas de celebração do melhor que cultivamos na vida, os laços que nos unem.

quarta-feira

Para não esquecer

Para não esquecer o francês e praticar o inglês, leio.

A Marie Claire em Lisboa de visita à Retrosaria
Para não esquecer as técnicas, truques e dicas que utilizei no Raglan Cereja, vou anotando tudo na minha conta do Ravelry. Tive dúvidas no remate das mangas, tendo encontrado a melhor explicação no livro da Margaret Radcliffe
Para não esquecer o que aprendi no workshop de Tricotar a cores, já tenho comigo o padrão gratuito oferecido no site da Shetland wool week. (Será que se sonhar com muita força consigo passar uns dias aqui?!)
Para não esquecer a minha visita ao Yarn Along, partilho o que ando a ler, nos intervalos do meu Raglan. Vai ficar mesmo bem com o que trago calçado!
Quanto a livros, estou a terminar de ler "Uma Fortuna Perigosa" de Ken Follett e nos próximos dias vou começar a ler policiais da  Anne Perry.

segunda-feira

Meadas de ideias, meadas de projectos

Escrevendo "Entre a Serra e o Mar"
 Há 2 anos regressei à malha, tricotando ponchos. No "Poncho das Manas" faltou-me a paciência para o terminar de tão fina que era a lã (finalmente só faltam uns 20cm!). No "Serrano" faltou-me a lã para aumentar a largura. Os ponchos foram ficando, assim, esquecidos enquanto, impulsivamente, fui investindo em lã e fazendo outros projectos de malha. 
Agora termino o que começo. O que mudou? Estudei, aprendi, pratiquei e com mais segurança, algum atrevimento e, certamente, com muito mais gozo do que quando tinha em mãos intermináveis rectângulos de malha, consigo chegar ao fim das peças, tendo alcançado uma certa disciplina no que diz respeito à malha. Ajudou-me a organizar a malha, aprender a tirar maior partido do Ravelry. Ter tudo arrumado, apesar de virtualmente, ajuda muito!
No entanto, entre laçadas, não posso evitar fugas, ainda que apenas em pensamento, para outros trabalhos que tenho em mãos. A Árvore da Vida, para os meus pais, o sampler, para os meus irmãos e alguns trabalhos para a minha casa. Olho para este monte de trabalhos e só penso "Perdi o fio à meada!". 
Antes que tudo se embarace e dê um nó, sufocando-me de ansiedade, reorganizo os meus trabalhos e dobo uma meada de inacabados. À medida que desenrolar este meu novo "novelo", vou seguindo uma cronologia e com tempo chegarei à ponta final. A dificuldade reside na acérrima competição com o meu "novelo gigantesco" de ideias. Mas vou tentar colocá-los lado a lado, dando-lhes iguais oportunidades de colorirem os meus dias, com um certo equilíbrio e, sobretudo, com muita calma, pois "depressa e bem, não há ninguém"! 

quarta-feira

Dar a volta ao texto

O meu filho, artista e matemático, não estava com vontade de estudar português. Era urgente motivá-lo para a leitura e análise de algumas obras. Não alcancei o meu objectivo, mas estudámos juntos para o exame de hoje, tendo passado assim momentos inesquecíveis com o António. Terminado o estudo resolvi dar a volta ao texto e ouvir o Sermão de Padre António Vieira, na voz inconfundível de Bethânia e os Maias também com sotaque brasileiro, dado que nada encontrei no nosso português. Após 3 horas de Eça em "novela", desistimos. Eu aguentei porque estava com a malha na mão!O António não conseguiu de todo, distraindo-se ao fim dos primeiros minutos, voltando à leitura das suas sínteses, "um estudo mais sério"!
Os cães esperaram e desesperaram pelo passeio.
Apesar de tudo, o exame "correu-nos"bem e o meu "Raglan Cereja" entretanto cresceu mais um bocadinho.

Foi um daqueles momentos em que senti tanto a falta da minha avó Teresa! O seu gosto e profundo conhecimento pela Literatura e História, tornava o estudo de Português ,mais apetecível a alguns netos e fascinante a outros. Para mim, uma tarde de estudo com a minha avó era a garantia de uma tarde bem animada, viajando pelo tempo, na pele de um cem número de personagens.
Neste primeiro dia de Julho, partilho Eça e o meu Raglan, no Yarn Along.